“O que você quer quando tem uma experiência é:
ter uma memória.”
Eu mesma não sou de ficar no celular o tempo inteiro, por exemplo, quando saio com meus amigos eu deixo o celular na bolsa e só o pego quando necessário, tento ao máximo estar presente e aproveitar o que é real. Porque eu quero aproveitar cada palavra dita, cada piada, cada risada, mas confesso que fico com receio de esquecer desse momento um dia. Como é natural esquecermos das coisas. Mas nada mais gostoso do que relembrar.
E quando você vê a recordação, você sente algo que nem esperava sentir, você sorri automaticamente, se sente feliz como naquele momento, eu amo essa sensação. É isso o que a fotografia me causa. Por isso que mesmo que eu não fique no celular, eu faço uma selfie, mesmo que sem qualidade, mesmo que eu nem vá postar no instagram (e geralmente não posto), mas só para registrar aquele momento.
Eu não quero ter fotografias pra provar algo para os outros, eu as quero pra mim, para minha memória estar sempre viva naquele momento, naquela história.
Agora eu te desafio!!! Mas tem que fazer mesmo!!!
Procure uma foto sua de 10 anos atras, ou até mesmo uma da sua infância, vai lá dar uma vasculhada, se você não tiver, eu tenho certeza que sua mãe ou avó tem um álbum com várias fotos sua.
Achou a foto? Legal, agora olhe bem para ela, olhe pra você, como se vestia; sua aparência; sua expressão; como você acha que você estava se sentindo no momento daquela fotografia; onde você estava; o que tinha ao seu redor; você reconhece algo ou alguém? Agora vai até sua mãe/avó e mostre a foto, pede para ela contar a história por trás dessa foto, quem a fotografou e por quê; era um dia especial ou rotineiro; tente se imaginar nesse dia novamente, feche os olhos e sinta a foto, sinta que você está lá. E aí, conseguiu? Agora me diz como você se sente, você conseguiria descrever?
Eu posso dizer com 90% de certeza que você sorriu pelo menos uma vez ao olhar essa foto, e eu digo isso porque eu sempre sorrio ao ver minhas fotos antigas, mesmo as em que eu estava chorando na foto.
Mas e quando não somos nós na foto, como quando eu encontro uma foto dos meus avôs... mesmo sem ter os conhecido, o que eu sinto é indescritível, sou grata por reconhece-los através de uma fotografia, mesmo que em preto e branco. E é engraçado porque eu sinto que tocar/segurar a foto me deixa mais próxima daquele momento, me sinto como se estivesse lá, me sinto presente, os sinto presente. Quantas pessoas eu já não vi “acariciando” uma fotografia, antes eu achava engraçado, hoje eu as entendo.
E é assim que eu espero que você se sinta ao olhar seu álbum daqui 10/20/30 anos. Quero que você se sinta presente novamente naquele dia, quero que você se lembre do quão especial foi esse dia; quero que a cada página você lembre da história por trás da foto; quero que você fique com dúvida pensando o que estava acontecendo naquela hora pra fazer aquela cara; quero que você sinta alegria e satisfação.
Esse é meu objetivo, capturar cenas de um dia especial e a eternizá-las na sua vida. Para se um dia sua memória falhar, seu tesouro à lembrará.
Bom, eu espero não ser a única “louca” a me sentir e pensar assim em relação à fotos e álbuns de festa. Talvez eu seja bem “brega” porque eu me imagino numa reunião familiar ou de amigos em casa tomando um vinho e vendo meu álbum de casamento, e netflix pra que quando se tem o vídeo do casamento né.
Experimente reunir os amigos e fazer isso com algum recém-casado, porque várias mentes juntas lembram melhor do que uma só, e eu sei que cada um vai ter uma recordação; uma história; um ponto de vista diferente do outro e é aí que se encontra a magia.
Pois é, para mim as recordações de um dia especial são daquelas coisas imensuráveis, que a gente não coloca preço porque o valor é maior do que você poderia descrever, daquelas coisas que a gente pensa “se a casa estivesse pegando fogo, o meu álbum seria o objeto que eu correria para salvar”.
Então no dia do seu casamento, pode rir, gritar, tropeçar, aproveitar ao máximo, porque quando seus olhos estiverem cheios de lágrimas, você já não vai estar enxergando mais nada, diferente de nossas lentes que estarão sempre focadas registrando essa lágrima.
Texto: Marina Lima
Fotos: Sidnei Rodrigues